Vamos acabar com as guerras?
Até 1945 a “arte” das guerras limitava-se a danos localizados que podiam ser reparados em alguns anos, uma década. Eram hortas, pomares, pontes, barragens, fábricas, casas, até cidades arrasadas que se recompunham rapidamente. Depois da descoberta das bombas atômicas e de hidrogênio, o panorama mudou radicalmente. Graças a esforços de contemporização e medo internacionais, não se voltaram a deflagrar bombas atômicas com fins bélicos e até os testes, tanto quanto sabemos, estão adormecidos. Mas o perigo persiste. A qualquer momento os loucos que costumam passar pelo poder podem deflagrar uma inconseqüente guerra nuclear.
Temos realmente consciência do perigo que corremos?
O maior perigo é um inverno nuclear[1]. O menor, raças eliminadas, vidas destruídas, gerações eliminadas, genes perdidos, gênios em potencial destruídos antes de terem uma oportunidade na vida. Ninguém ganha com as guerras. Os vencedores também perdem, e Napoleão (e muitos outros) demonstram isto.
O inverno nuclear já foi produzido por pelo menos duas vezes neste planeta pelo impacto de meteoros. A explosão, equivalente a milhares de bombas atômicas provocou nuvens que circundaram o globo por décadas provocando efeito estufa, e por falta de raios solares, a morte de 98% da vida. O planeta se recuperou, mas não com as mesmas espécies que antes existiam. Só com cerca de 2% delas, remanescentes e mesmo assim temos toda esta diversidade. A natureza não se preocupa individualmente com qualquer espécie preservando-a. A natureza é. Simplesmente é.
O que leva às guerras
O primeiro fator determinante para uma declaração de guerra é a disponibilidade de exércitos e as constituições tal como concebidas até os dias de hoje, em democracias representativas: os governos podem declarar guerra sem consulta popular, à revelia dos cidadãos. Não há constituição que o não permita (exceto a da Costa Rica que nem exército tem).
O segundo é um conjunto de fatores: declaram guerras por vaidade, loucura, desespero, vingança, oportunidade, demonstração de poder, distração dos problemas internos. A história da civilização humana está repleta de exemplos. Aliás, a história da humanidade tem sido uma guerra constante. Não se deve ter passado um único dia neste planeta sem guerra. E algum lugar há sempre uma guerra. Os governantes sempre pensam que são deuses locais neste planeta e que podem governá-lo por completo. Hitler pensava isso, e Lula recentemente pensa que pode dominar a América Latina e depois o mundo.
O que podemos fazer para impedi-los, nós, cidadãos?
Pela ordem:
Quais os benefícios das medidas propostas?
Parece que o mundo ficaria bem mais seguro, sem a interferência de loucos no poder, que ascendem sem sequer se submeterem a testes de personalidade, exames médicos operados por junta médica, geralmente seres dotados de enorme ambição e visão localizada e concentrada em objetivos pessoais, normalmente dependentes da opinião de quem lhes pagou – de forma direta - as eleições. Se a preponderância das contribuições tiver sido das empresas de material bélico, a probabilidade de guerra é ainda maior.
Em termos de economia, é de considerar a referência do IPEA [2] “No período 2010-2011, o gasto militar mundial foi, em média, de US$ 1,62 trilhão, equivalente a 2,6% do PIB mundial (no ano de 2010) e correspondente a US$ 236 para cada pessoa no mundo (também em 2010) (PERLO-FREEMAN et al., 2011, p. 157)”.
È fácil verificar que todo este capital poderia ser canalizado para outros setores produtivos que não sejam de destruição. É um valor considerável que não pode ser desprezado. Poderia ser utilizado, em cada país, para implantar ou beneficiar as infra-estruturas, a saúde pública, a luta contra o narcotráfico, o reforço da segurança, o controle de fronteiras e plataforma continental, teríamos um novo mundo...
É em busca deste novo mundo que a democracia participativa se explica da melhor forma e com a melhor e maior propriedade: a voz da nação contra os que usurpam o poder e manobram em seu nome dizendo que a “representam”.
Somos todos, em todo o mundo, cidadãos muito mais inteligentes do que aqueles que colocamos no governo. Mas como o sistema é corrupto por natureza, não nos candidatamos. Mas podemos falar e exigir-lhes.
Rui Rodrigues
[1] Ver Inverno Nuclear de Carl Sagan para baixar http://baixarbonslivros.blogspot.com.br/2010/11/o-inverno-nuclear-carl-sargan-e-outros.html e uma boa descrição em http://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno_nuclear