Precisamos de um novo modelo econômico?
(Trata-se de uma proposta para análise de economistas)
Todos sabem o que é economia. A maioria sabe apenas que economia significa trabalhar a vida toda para, próximo do final, não ter nada além da sua vida que pode estar mais ou menos saudável. Outros, poucos, chegam ao final cheios de moedas, notas e outros bens, e da mesma forma com mais ou menos saúde: Mal aproveitando a vida porque de um lado o trabalho duro lhes consumiu todos os dias, privando-lhes a felicidade, a diversão, o conforto. Por outro lado, os que acumularam “capitais” passaram a vida preocupados, cheios de problemas, a diversão sempre foi fictícia ou parcial e destinada a fazer mais negócios. Todos privados da liberdade. A chamada “classe média”, entre os dois extremos, até se diverte bastante em sua relativa liberdade, mas sempre endividada. É um pesadelo. Chegam ao final da vida da mesma forma. Todos morrem entre sustos de esquecimento, de saúde, de ausência da sociedade, abandonados por todos ou quase. São raros os que não passam por esses sustos e partem tranqüilos, amados.
O paraíso não se situa neste planeta solar, e os sistemas de governo trabalham em torno de uma economia que se desvenda dia a dia pelas redes sociais – uma novidade recente neste planeta – que demonstram dia a dia como se enriquece. A forma de enriquecer está sempre na base de truques, formas de enganar os consumidores, regulada, ou devemos dizer desregulada, por “sustos” de mercado que se refletem nas bolsas de valores, no valor das moedas, no crédito psicológico e financeiro de governos, na bolsa dos cidadãos. Quem produz os sustos joga como em cassino: Por vezes ganha, em outras perde, empresas trocam de mãos, todos percorrendo o mesmo caminho que seus antecessores percorreram, fadados ao mesmo fim. A crise de 1929 e a de 2008 foram provocadas por banqueiros assustados e ambiciosos, ambas em Nova Iorque.
O pior aspecto de tudo isso é a constatação que o maior produto nacional bruto e estúpido que se produz em todos os países é a pobreza. Pobreza financeira, moral, ética. Pobreza de todos os tipos. Atualmente o dólar é a moeda padrão para trocas internacionais, mas quem não sabe ou não percebe que o valor do dólar está severamente inflado? No dia em que se constatar e vier a público, ocorrerá a crise apocalíptica da economia mundial que envolverá o mundo numa crise antropofágica.
Voltou o tempo em que se faz necessário acabar com as moedas atuais substituindo-as por “moedas de vida”. Neste planeta a população aumenta enormemente todos os anos, pobreza gerando pobreza, e não haverá lugar para todos. É necessário mudar antes que comecemos a comer-nos uns aos outros. A economia deve mudar.
Tem que mudar! E de qualquer forma irá mudar.
Evidentemente que ninguém guardará bois, ovelhas, nabos, maçãs em cofres de Banco ou particulares para garantir a emissão de cheques. Cada produto terá o seu valor “intrínseco”, fixo, irreajustável. Não haverá inflação sob nenhuma hipótese. Quem quiser ter mais lucro, vende mais. Imaginando uma catástrofe que reduzisse a safra de grãos a um terço, logo os grãos acabariam e a venda cessaria, sem aumento de preço adicional. No modelo atual, o preço subiria astronômicamente. Isso é oportunismo, exploração desonesta e não o simples e aparentemente honesto “mercado”. De certa forma a venda se tansforma num leilão. Com o novo modelo proposto os cidadãos deste planeta poderiam planejar as suas vidas sem grandes sobressaltos. As disparidades de preços dos produtos quanto a seus valores relativos acabaria de uma vez por todas. Não é possível viver-se de forma razoável num mundo em que o custo de um automóvel represente o equivalente a dez mil quilos de batatas, e uma TV média quatrocentos quilos de batatas, o que decorre que a equivalência carro x TV, corresponderia a uma paridade de um carro para 24 Tvs. Um salário mínimo no Brasil corresponde a 170 quilos de batatas, e deste, o Estado leva 50 quilos em impostos quando se gasta o salário em mercadorias.
Não parece justo que meia dúzia de governantes e de “capitães de mercado” determinem as regras como lhes dá na vontade sem a correspondente compensação a nível humano. Fazem as suas vontades em reuniões, cujos resultados levam aos corredores do poder constituindo lobies. Como estamos, a ambição humana, desmedida, não tem limites. Isso oprime e joga famílias no lixo todos os dias, como se raios lhes caíssem nas cabeças sem explicação alguma. O que se houve é: Foi a crise!
É necessário, para um mundo melhor, mais tranqüilo e mais justo, que quem trabalha mais, melhor, de forma mais eficiente, com melhor qualidade, ganhe mais, porém sem sobressaltos nos lares dos mais necessitados. O mercado livre e a globalização ficam garantidos, mas os juros terão sempre o mesmo valor. A paridade entre os artigos será sempre a mesma, e não se jogará fora a produção para gerar escassez e o preço subir. isso é políticamente incorreto. É desumano, anti-ético e amoral.
Como funcionaria uma nova economia baseada no valor padrão, moeda padrão?
Aos senhores e às senhoras economistas, a palavra final...
Rui Rodrigues.